Quando você visita a destilaria de Maker’s Mark, na Fazenda Star Hill, na pequena cidade de Loretto, no Kentucky, imagina logo que está em um cenário meio Alice no País das Maravilhas, meio A Fantástica Fábrica de Chocolates, meio Sítio do Pica Pau Amarelo. Parece de mentira. Mas não é.
Da sala de fermentação aos chalés, onde cada garrafa ganha manualmente seu rótulo, tudo parece funcionar perfeitamente. Impecável. E o que falar da sala, onde as garrafas são seladas com cera, à mão? Uma maravilha só.
Do lado de fora, ainda mais: tem um apiário com abelhas nativas, um lago rico em calcário, um pasto com ovelhas e vaquinhas, uma horta de plantas alimentícias e medicinais. Tudo para melhorar a receita do Bourbon que, desde 1954, conquista o mundo. Ou melhor: para mantê-la. Para manter o mesmo gosto, o mesmo aroma, a mesma sensação.
Mas nem só de 1953 se mantém o ícone que é Maker’s Mark. O “Inovation Lab” está lá para mostrar isso. “Maker’s Mark inovou desde o começo da década de 50”, me conta Beth Buckner (olha aí, outra mulher), gerente de inovação da destilaria, que nos recebeu na casinha toda cheia de prateleiras, um laboratório para deixar qualquer um boquiaberto, repleto de garrafas de Maker’s Mark com etiquetas escritas à mão.
“Na época, todo mundo queria fazer rye. Marge e Bill, fundadores da destilaria, decidiram fazer um Bourbon. Começa aí. Só que todos os bourbons produzidos naquele tempo eram picantes, alcoólicos, superfortes. Eles decidiram fazer um Bourbon aveludado, cremoso, que não fosse agressivo”, completa ela. Ou seja: a inovação vem de berço por ali. E segue mirando para esse mesmo lugar, para dentro. Para Maker’s Mark.
Deste espaço, em 2010, surgiu inovações como o Maker’s 46, ou seja 46% de álcool, para marcar a aposentadoria do filho de Bill, Bill Samuels Jr., e a Private Select Series, que adicionava algumas semanas ao processo de envelhecimento e incluía lascas de carvalho francês e americano dentro do barril.
Novo? Sim. Ainda assim: tudo feito a partir da mesma receita, mesmos elementos, só alterando aqui e ali o sabor, sem alterar o DNA do líquido.
E aí está o “pulo do gato” da inovação dessa destilaria: olhar para dentro, olhar para o processo em si, sem olhar para fora, para o que todo mundo já está fazendo.
Por isso, cada inovação que sai da Fazenda Star Hill é chamada por eles de “a nova expressão de Maker’s Mark”. Porque Maker’s jamais deixará de deixar sua marca. E essa é uma inovação e tanto num mundo que reproduz cada vez mais técnicas, modos de ser e tenta deixar todos iguais.
Num mercado desses, ser autêntico e fiel às suas raízes é uma das maiores inovações. Quer inovar ao estilo Maker’s Mark e deixar sua marca? Na dúvida, olhe para dentro.
Saúde!